Nosso Legado Católico - Seton - Vol. 2
Nosso Legado Católico
Seton Press - Volume 7
• Exclusivo Editora Magnificat •
Capa brochura. 21cm×28cm 360 páginas.
Indicado para o 7º ao 9 ano.
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Nota do Editor
"O homem pode ser tudo ou nada conforme a educação recebida” (Clemente XIV)
O estudo da história geral, dos povos, das sociedades, das civilizações é parte extremamente importante do conteúdo educacional, da formação cultural de uma pessoa. Decorrente de suas faculdades superiores, a inteligência e a liberdade que lhe é própria, o homem mais do que supre as deficiências corporais em relação aos animais, e realiza mais do que as meras agremiações de indivíduos baseadas no instinto natural de sobrevivência. Ele encontra na associação com seus semelhantes, a partir da família e grupamentos maiores, a colaboração voluntária para alcançar o fim social percebido como tal. Tal foi o exposto por José Pedro Galvão de Sousa, e completa: a história é, então, um processo que reflete a vida do homem nas sociedades de que faz parte. O homem é um ser histórico porque vive sempre em sociedade, o que dá origem a acontecimentos variados, na sua vida de relação com seus semelhantes e nas formas de convivência em comunidade. É a nossa vida antes de nós – conforme João Ameal (1902-1982) –, dado que somos portadores de uma tradição recebida, sem a qual não seríamos o que somos. Do conhecimento da história resultam lições de altíssimo proveito, e por isso Cícero (106-43 a.C.) qualificou-a de “mestra da vida”.
Porém, os livros de história contemporâneos tendem a apresentar numerosas informações e figuras de objetos históricos – vestuário, vasos, moedas, moradia, hábitos, vestígios de escrita, armas, bem como de indivíduos representativos do fenótipo de cada povo –, fazendo pouco ou nenhum juízo de valor sobre estes e sobre os fatos históricos. Iguala-se em mesmo nível de importância povos e culturas em detrimento daquilo que costumamos chamar de civilização ocidental, que é cristã em suas raízes e desenvolvimento. Aprende-se igualmente sobre antigos ameríndios, africanos e asiáticos, povos indígenas atuais e outros povos primitivos, como de fossem todos de igual importância. O conteúdo em forma de texto é apresentado de forma sucinta e enxuta, subestimando a capacidade intelectual e de memorização dos alunos. Por outro lado, é superestimada e incentivada precocemente a análise e a crítica sobre injustiças sociais e a acumulação de riquezas que geram desigualdades. Isso é típico do materialismo histórico, conceito elaborado por Karl Marx para explicar o movimento da história: as classes sociais e a relação entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam fundamentadas em sua atividade econômica.
Os livros de História do SETON possuem outra premissa: aborda a Encarnação de Cristo como o evento central da história mundial, e esta perspectiva é a lente através da qual os eventos históricos de todas as épocas são percebidos e aprendidos. A Igreja Católica é apresentada como protagonista da história, pois foi fundada por um homem-Deus, dotada por Ele de uma missão específica: “ide e ensinai a todos os povos...”. Mãe e Mestra, possui a missão de guiar indivíduos e povos à sua plena realização. Por desígnios misteriosos da Nota Editorial Providência, a Igreja, fundada por um homem pobre de um povo subjugado com pouca ou nenhuma relevância histórica, que ao fim de sua vida morreu crucificado entre dois ladrões, cresceu milagrosamente sob a tirania e a perseguição do império mais desenvolvido até então, o Império Romano. Enxertada nele, a Igreja sobreviveu à queda deste império, tornando- se herdeira e guardiã da cultura romana. Em seguida, a cumprir sua missão, torna-se então a grande educadora e catequista dos povos bárbaros que invadiram a região antes ocupada pelo antigo Império, formando então outra civilização, a civilização cristã medieval, gestada ao longo de séculos, cujo papel na formação do mundo moderno em geral, e do Brasil em particular, passaremos a entender melhor.
Este livro é planejado para dar aos alunos uma base narrativa sólida dos fatos históricos, enfatizando detalhes significativos, e como Deus trabalha através de sua Igreja ao longo do tempo. Em sua sabedoria infinita, Ele dispõe de várias ordens de fatos para realizar os seus desígnios na criação. Realiza a sua vontade para o rumo da história utilizando-se de seus servos, através da Providência, dos dons e graças que concede. Mais propriamente ainda, utilizando-se de seus santos, aqueles que aproveitaram esses dons e graças de modo eficaz e assim, concretizaram a vontade divina na história da humanidade.
Mas que dizer de tantas páginas negras ao longo da história? Traições, usurpações e maldades? Somos desafiados a uma resposta católica em muitos lugares, onde o espírito insuflado é do mais puro anticatolicismo. Seria anacronismo, embora um erro bastante comum, querer analisar com os olhos do homem moderno problemas de outros tempos, de outras eras históricas. Cada período histórico deve ser analisado de acordo com os valores então predominantes. Um exemplo típico disso é a Inquisição, uma instituição moderna – para a época! – que moderava o braço popular e o estatal com o devido processo jurídico. As penas já existiam, não foram estabelecidas pela Igreja. A Inquisição espanhola foi primeiramente do Estado e não da Igreja.
Assim bem formado e conhecedor dos fatos, das vicissitudes das épocas passadas, das invasões, guerras e doenças, da sede de poder dos governantes – e dos governados! –, do heroísmo dos bons reis e nobres, dos missionários, dos cavaleiros, dos monges (heroísmo da paciência!) o homem é, então, capaz de criticar a própria cultura, analisá-la, ver os seus defeitos e lacunas, aperfeiçoá-la, e assim sua história é capaz de ultrapassar a carga histórica de que é herdeiro. Valorizando o que é lhe próprio e distinguindo o fundamental do que é acessório em relação ao passado, é capaz de superar também o relativismo cultural e contribuir criativamente na propagação da cultura que é a sua, consciente de si e sem diluir-se no amálgama policultural despersonalizante.
Cumpre-nos pedir à Sagrada Família e ao Sagrado Coração de Jesus, aos quais esta obra é dedicada, que, tendo começado em nós tão elevada obra, que excede nossas forças naturais, continue abençoando nossas ações e guiando a todos e cada um dos pais e amigos da Editora Magnificat na extraordinária tarefa de educar.
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